sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

COP 17 sem grandes impactos no panorama mundial do ambiente

Uns congratulam-se pelos avanços, outros lamentam pela falta de progressos. Na verdade, era esperado mais da 17ª Conferência Climática da ONU que teve lugar em Durban, África do Sul, de 28 de Novembro a 9 de Dezembro, mas nem tudo está perdido.


Apesar de se ter dado mais um passo no combate às alterações climáticas e se ter criado o “Pacote de Durban”, os acordos ficam muito além das expectativas do ambientalistas, remetendo-se as verdadeiras discussões para mais tarde. A Quercus defende que o acordo alcançado este ano tem falta de ambição, não apresentando um caminho claro.

Esta conferência ficou marcada pela actuação negativa de países fundamentais na luta contra as alterações climáticas. “Houve uma importante e positiva aliança da União Europeia, países menos desenvolvidos e países pequenas ilhas. Os EUA conseguiram impedir muitos dos países progressistas de tomarem as acções desejadas, e nesse sentido foram apoiados pelo Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O Japão e a Rússia não desempenharam o papel que podiam ter assumido”, afirma a Quercus.

O protocolo de Quioto foi renovado por um segundo período de cumprimento que será decidido na próxima reunião se se estenderá até final de 2017 ou final de 2020. O problema é que esta segunda fase será mais fraca, pois o Canadá, a Federação Russa e o Japão já afirmaram não aceitar metas de emissões desta vez.

A criação de um novo acordo global para o clima está prevista mas, segundo a Quercus, sairá tarde demais e não terá a ambição necessária. O grupo de trabalho para a criação do novo protocolo só terminará a sua tarefa em 2015, depois a informação do 5º relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) a ser publicado também em 2015 (o relatório de cientistas que suportam as negociações e cujo último foi publicado em 2007)e que  deverá suportar as acções a desenvolver. “ Na opinião da Quercus, ao se considerar o ano de 2020 para a entrada em vigor deste instrumento, admitindo o seu sucesso, será já tarde demais de acordo com o que se conhece dos cenários que implicam um pico de emissões anterior precisamente a 2020. O documento é também fraco no seu conteúdo geral.”

A Quercus chama à atenção para a necessidade de medidas mais restritas, porque apesar de alguns esforços, “continuamos num caminho para um aumento de temperatura de 4 ºC em relação à era pré-industrial e, portanto, acima de um aumento de 2 ºC que constituem o limite acima do qual as alterações climáticas serão catastróficas”.



Fonte: Industria e Ambiente